INQUIETAÇÃO

6.12.09 à(s) 18:33

No leito deste rio apenas tinta corre

à(s) 17:39
Que hei-de escrever?
E porque não isso mesmo: por onde vem a ser o desejo de escrever, melhor, que NECESSIDADE pretende a escrita colmatar?
A resposta é bastante nítida e plausível. A única coisa que está em questão – aliás, a única coisa que está SEMPRE em questão – para qualquer ente que sinta o ABSURDO, e não apenas que o pense como exercício retórico – se apenas o pensar tanto melhor para ele –, é a necessidade de escapar a esta dor fértil da ineficiência da existência humana – perdão, pode ser que esta existência seja senhora de surtir efeito algum, neste caso o termo mais correcto seria INUTILIDADE.
E que fuga será mais nobre no gesto, do que as linhas, ou não-linhas, de uma folha em branco. Ó pórtico dos pórticos, tu que és a nívea e crível ponte para o Fado…
Todavia os artistas de segunda – também o maestro destas palavras andará por aqui –, que na música apenas experimentam o esclavagismo daquele que apenas assiste e que apenas Sonha. Escritores, ou filósofos, ou, mais altos ainda, POETAS, esses que permanecem agrilhoados à panorâmica dos factos gramaticais destituídos de qualquer REALIDADE , assim como às armadilhas da linguagem que os findam, encontram a tinta como trilha e veículo de fuga. Como justificação da existência ou, pelo menos, como um sofrer-o-menos-possível. Mesmo que apenas enquanto ILUSÃO.
Mas… sejamos honestos, haverá algo sequer para além da ILUSÃO?

E se ...

à(s) 00:38

E se o estrume em que germina a ilusão for fértil quanto baste para fecundar a vida dos homens?


Não é o tempo a ponte sobre o vazio que liga o nada a coisa nenhuma?

1.12.09 à(s) 20:18

And I just don't care what happens next
looks like freedom but it feels like death
it's something in between, I guess
it's CLOSING TIME.*


* Closing Time, por Leonard Cohen

time isn't on anybody side

30.11.09 à(s) 01:29

Entre o nascimento e a morte, ponte absurda sobre o impossivel que liga nada a coisa nenhuma, concebe-se a ideia de tempo. Duração do pouco que duramos, quanto de ti é o Nós. Mas por ora não nos percamos no niilismo. Isto trata-se de algo mais, não fosse a noção de "aquis" e "agoras" o substrato para o conhecimento, para a lucidez. Grande plano para os "agoras".
O tempo é preponderante no entendimento e na forma de existência humana. É democrático, aglutinador e soberano, sobrepõem-se a todos os lugares ou não-lugares.
O tempo está pois a cima do que existe. Se as coisas têm uma essência ou substância, se o aparente muda encerrando em si algo imutável, tudo isso não é apenas secundário, além disso, provoca gargalhadas de riso. Antes de tudo o resto, o único substrato lícito de ser pensável é o algo que fica do que vida foi, a esperança do sargaço na meia praia em fecundar uma nova ilusão.
Ó caducidade dos entes.
Ó certeza de que nada se repete.
Ó gradativa humidade nas paredes.
Ó rugas que se cravam na carne humana.

Águas calmas e correntes, há mais tempo e vida em ti que nos relógios e movimentos demais das cidades, respectivamente. Pena haver poucos que te saibam ouvir....


The sands of time wait for nobody

a new dawn

à(s) 01:14

and now?

20.9.09 à(s) 02:07



It's just a good time to stop...

o melhor da 7ª arte

31.8.09 à(s) 02:23

Le chien domestique...

24.8.09 à(s) 15:41

Estavam à espera que um cão, ao ser domesticado, aprendesse algo positivo com o homem!? ("h" pequenino pessoal, nesta palavra o "h" é sempre pequenino...)

disease or music?

à(s) 15:19

O californiano Stephan Zielinski em plena crise existencial, ou simplesmente num dia mais ocioso, decidiu utilizar parte da sequência genética do vírus H1N1, criando um algoritmo em computador, de modo a transformar a referida sequência em... música

Dá para ouvi-la nesta página.


Há merdas que nao servem mesmo para nada. E o que se faz? Perde-se tempo com elas...
(também sou humano (quando convém))

more music for no one

à(s) 15:14

tenho dito

à(s) 15:12

Neurotic? no doubt...

à(s) 15:01

socrates primeiro-ministro outra vez?

à(s) 14:28

convençam-me disso....

e porque não?

à(s) 11:50

erros ou força gravítica?

20.8.09 à(s) 01:20

Citando a Eneida de Virgílio: Facilis descensus Averno....


Fotografia no Monte Baldo, descida para o lago Garda

hope?

à(s) 01:14

la vie, la mort...

à(s) 01:03

Vaut la peine sourire?

faith

à(s) 00:59


The rudiments have always been misinterpreted during history,
despite the good intentions of many disciples who's faithful believe was strong and unswayed.
Most leaders interpret the old words to their
advantage in the attempt of gaining leadership and power
over those unfortunate enough to fall under their maliciousness and manipulative ways.
This misuse of trust will forever stain the pages of history,
echoing the exploitation and the frailty of decent
men carried away by nurtured rancour...

Perpetual distrust fed by a belief
In the malevolence of the others

When the beautiful unreality holds out its hand
It's better not to lose yourself in blind faith

thnks

à(s) 00:13

Devido a uma situação originada a partir do imenso zelo com que tomo conta da minha carne profana, devo agradecer ao viravento o cuidado que teve ao avisar-me de que era impossível postar comentários neste blog (devido ao template).

Então que se faz? Pois bem: mata-se o bicho, acaba-se com a peçonha!

E os meus agradecimentos ao viravento.

As 3 muscAteirAs

19.8.09 à(s) 11:29

faint

13.8.09 à(s) 20:35

Penso logo desisto . . .

Tabacaria

à(s) 20:30

combater a crise

à(s) 20:28

força da gravidade não perdoa

6.8.09 à(s) 19:04

Há bem pouco tempo falava da descida irrecusável, que nós, tristes almas humanas, empreendemos no contínuo desvanecer, daquilo a que chamamos vida, até às portas de Averno.

Pois bem, hoje assim foi...

Dia 6 de Agosto de 2009, pelas 16:45, eu que vagueava à deriva pelo Fio Da Navalha caí.

Não, a falar a sério, CAÍ MESMO!!



(porra! ia de bicla e tinha acabado de ultrapassar um megane! ai c'ã brecaã...)

fractal

3.8.09 à(s) 20:43
O CAOS abraça por completo a nossa existência, vivemos mergulhados numa série anárquica de ocorrências. Porém questão que se coloca é se será a própria Teoria do Caos a provar o próprio Determinismo.

Sestina of the Tramp-Royal

28.7.09 à(s) 22:39

Speakin' in general, I 'ave tried 'em all,
The 'appy roads that take you o'er the world.
Speakin' in general, I 'ave found them good
For such as cannot use one bed too long,
But must get 'ence, the same as I 'ave done,
An' go observin' matters till they die.

What do it matter where or 'ow we die,
So long as we've our 'ealth to watch it all --
The different ways that different things are done,
An' men an' women lovin' in this world --
Takin' our chances as they come along,
An' when they ain't, pretendin' they are good?

In cash or credit -- no, it aren't no good;
You 'ave to 'ave the 'abit or you'd die,
Unless you lived your life but one day long,
Nor didn't prophesy nor fret at all,
But drew your tucker some'ow from the world,
An' never bothered what you might ha' done.

But, Gawd, what things are they I 'aven't done?
I've turned my 'and to most, an' turned it good,
In various situations round the world --
For 'im that doth not work must surely die;
But that's no reason man should labour all
'Is life on one same shift; life's none so long.

Therefore, from job to job I've moved along.
Pay couldn't 'old me when my time was done,
For something in my 'ead upset me all,
Till I 'ad dropped whatever 'twas for good,
An', out at sea, be'eld the dock-lights die,
An' met my mate -- the wind that tramps the world!

It's like a book, I think, this bloomin' world,
Which you can read and care for just so long,
But presently you feel that you will die
Unless you get the page you're readin' done,
An' turn another -- likely not so good;
But what you're after is to turn 'em all.

Gawd bless this world! Whatever she 'ath done --
Excep' when awful long -- I've found it good.
So write, before I die, "'E liked it all!"

post scriptum: ao resolver encontrar este poema traduzido para a língua de Camões não encontrei nem um verso. Apesar de desnecessário, e apenas por capricho, traduzi-lo-ei... =p

suspiro [2]

à(s) 22:28

Dá vontade, não dá?

to be or not to be ... a tramp

à(s) 17:43


«Meu Deus, como é bom empreender uma viagem! Quantas vezes, ó estrada distante, me agarrei a ti como um náufrago a uma tábua de salvação! E quantas vezes me salvaste! Que maravilhosos pensamentos, que sonhos poéticos, soubeste então inspirar-me! Que divinas impressões experimentei, ao percorrer-te!...»
in Almas Mortas - Nicolai Gogol

Cântico Negro

27.7.09 à(s) 22:47



José Régio

to be or: TO BE

26.7.09 à(s) 23:09

Be happy
.
.
.
Or die trying
24.7.09 à(s) 20:34

Sei que vivo esta pessoa por viver,
Indiferente pessoa que esvaece
Do corpo que o tempo faz desaparecer,

Vivo imaginando a quimérica verdade
Da vida justa e favorável ao ser
Que abandono nas ruas sem saudade
Em meu devasso e dissoluto viver.

Ante meu claro reflexo no sombrio rio
Vejo minha pessoa alar sem vida
No esquecimento de uma nova que crio
No passar do tempo que é minha ferida.

A assim deixo a meu corpo a chara
Da vida que existe devisando
Sua ocisão: eis a tara
Da certeza dolorosa -
Na foz o curso Pára.

musa do metro?

à(s) 14:14

Numa eterna carruagem que é a vida imunda e errada, naufrago de meu inocente ser, faço que fito pessoas(?) que se cruzam, ninguém se conhece. O desconhecido, o estranho e o perigo perpetuam-se (e daí...).
Não gosto deste comum modo de viver: fútil e oco. Pergunto-me pelas razões, pelos ideais, pelo ser e não pelo mero existir (infrutífera procura...). Vive-se porque se vive, morre-se porque se morre e cada um cumpre o destino que lhe cumpre.
Os dias escorrem pela vida como lágrimas que escorrem pela face, a tristeza cola-se aos olhos quando se vê o mundo, e eis a verdade como tapete.

Sail Away - David Gray
à(s) 14:13

busco o aneurisma nas minhas emoções,

mas ele não larga a parte errada do cérebro

através do vidro

à(s) 14:11

O que somos nós? [2]

14.7.09 à(s) 17:17
Falarei agora daquele que foi propositadamente o meu primeiro post neste blog e que dizia algo como:

"Num dia mais pachorrento que o habitual reparei numa coisa muito engraçada que vós, seres pensantes, irão com certeza refutar:
O homem é um saco de ossos, carne, vísceras, sangue, esperma e merda. Com meia dúzia de fibras nervosas a ligarem o cérebro ao ânus.
Pergunto-vos: menti?"

Disse eu uns meses atrás, mas não com o intuito de chocar os meus queridos cibernautas, não. Apenas obriguei minha pessoa a ter esperança por uma vez que fosse, esperando que alguém me respondesse:

"Com efeito, somos apenas pagãos inocentes da decadência"

Propositadamente deixo agora este post. E assim me comprazo, retiro glória de minha anulação.

Suspiro

10.7.09 à(s) 19:15

(Peaceful Landscape Oil on Canvas 10x13 POR Artist Alex Perez)

desconhecido

8.7.09 à(s) 13:57
Eterno Deconhecido
(Soul Cages - Piotr Kowalik)

Nunca conhecemos ninguém, nem mesmo nós próprios. E é bastante simples de se perceber porquê...

Em todo o caso apenas conhecemos a ideia, a imagem, que temos da pessoa em causa (mesmo que de nós mesmos). Uma pessoa, no verdadeiro sentido e acepção da palavra, não obedece a uma regra rígida e imutável de pensamentos ou acções (apesar de às vezes parecer que sim...). Quero com isto dizer que cada um de nós, enquanto pessoa, é simplesmente imprevisível, não somos estáveis, não somos sempre os mesmos.

A realidade é que tudo quanto o ser humano pensa conhecer, não passa de imagens que os sentidos transportam para o córtex cerebral, onde o físico dá lugar ao metafísico, que conhecemos por pensamento. De forma muito simples resumo isto ao facto da barreira da percepção se entrepor implacavelmente entre o mundo real e o pensamento. Nunca temos acesso ao mundo real, apenas a ideias que nós construímos através do elemento base que é a percepção. E aí, o que é a realidade? Pois, não sei, mas agora também não interessa.

E por essas duas razões nunca conhecemos realmente ninguém, nós inclusive. Convenhamos: aquilo que é íntimo (eis a verdadeira essência de uma pessoa) será, para todo o sempre, inacessível pelo exterior por definição.

Resta dizer uma última coisa em relação a nunca nos conhecermos a nós mesmos: a nossa pessoa é aquilo que somos num momento (nem 1 segundo antes, nem um segundo depois), e é isso que somos, tentar conhecer isso é impossível (digo eu, quem sabe, um dia talvez...).

Já estou relativamente cansado disto, portanto deixarei que sejam vós a interpretar a conclusão:


"Pensar é estar doente dos olhos" - Pessoa Alberto Caeiro

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa

glorioso

4.7.09 à(s) 13:10

Que belo regozijo foi ouvir o antigo, mas recém-eleito, presidente do S. L. Benfica!

Como ele diria no seu discurso: "é um clube impressionável!"


Otários, joguem na bola...

sem título

à(s) 12:46

Bom amigo, rijo, pénis, fole, bolsa, saco, escroto, vida fecunda cria carne, peitos, bela brincadeira que em tons de fantasia rosa, amarela, verde, branca e negra (bem vermelha) desfila onde olhos precipitados, obscenos, cegos regalam animoso, caloroso, vigoroso mas inerte cortejo...

E assim disse minha pessoa num dia que se achou mais ociosa...